O berlinde azul
Já dizia Albert E. que a energia é igual ao produto da massa pelo quadrado da velocidade da luz no vazio. Isto para introduzir o tema, lixo espacial.
Verdade seja dita, ainda bem que houve a corrida ao espaço, ainda bem que houve Gagarines, Laikas e Armstrongs com coragem e alguma ignorância a irem lá para cima, para o vazio.
foto: Imagem computorizada – são cerca de 12.000 os objectos que orbitam a Terra
Ainda bem que há satélites que me dizem que amanhã vai chover e satélites que me dizem que devo virar já à direita e “sair na saída” porque é o caminho mais rápido. Satélites para televisões, satélites para telefones e até “satélites”, que o não são, para ver o que se passa cá ao pé e lá ao longe. Até já se sabe que há planetas como o nosso, vá, parecido, à distância de 300.000.000 m/s em vários anos.
foto: Resto dum satélite inoperacional a 50 km da Cidade do Cabo
Numa coisa os homens da lua pensaram, em conhecer mais, em subir mais, não pensaram foi que tudo o que sobe tem de descer. E se a maçã caiu na cabeça de Isaac N. também os restos de fuselagem, de módulos, de velhas estações e satélites obsoletas começarão a cair nas nossas. Não é o apocalipse (ou o armagedão, o quanto gosto de te dizer assim, desse jeito). E nisso eles não pensaram sequer.
foto: Provável depósito de hidrogénio, desta vez no Texas
Acredito que os mais recentes lançamentos já tenham em conta a trajectória de todo esse lixo espacial, porque vá, ele já é algum. E porque a física clássica diz que o corpo de maior massa atrai o de menor massa a si (ou seja, que Newton atraiu a maçã a si), esse lixo começou a aterrar-nos sem aviso de chegada. O que nos vale é a quantidade enorme de água do Berlinde Azul, de desertos e áreas inabitadas. A ver vamos.