A turbo rotunda
É conhecido e sabido a proliferação de rotundas pelas nossas cidades. E noto, pelas poucas viagens que fiz, que quanto mais pequena é essa cidade mais rotundas tem. Acho que é a forma camarária de se mostrar obra feita: a(s) rotunda(s), que não raras vezes expõe uma arte abstracta e indecifrável do autor local de quem nunca ninguém ouviu falar.
O problema
Não se trata do número de rotundas por quilómetro quadrado, mas desse número em más rotundas construídas. Culpados não os há, mas todo um povo com o seu excesso de regras para tudo. E se para tudo há uma regra, também há a excepção a essa regra e a alínea que corrige a alínea dessa excepção.
A meu ver dever-se-ia seguir o mesmo modelo de rotunda por forma a minimizar os erros de condução. Veja-se o caso da rotunda furada.
Repare-se no excesso de cedência introduzido pela passagem de duas vias pelo centro da rotunda, é a excepção à cedência geral de quem vai dentro das rotundas. Se o propósito das rotundas é o de fazer fluir trânsito, nesta com semáforos a coisa só vai andar mais devagar.
Eu sou apologista de que o número de vias de entrada deve ser o mesmo do de saídas. Assim evitam-se as excepções às regras de cedência.
Quem regula e normaliza a rede rodoviária nacional neste momento é o IMTT, que deveria homogeneizar o traçado das rotundas. Assim evita-se que quem vai construir, saiba de antemão que a falta de terreno para mais uma via, seja a desculpa para por entradas e saídas em número diferente. E que quem ensina se paute pela mesma regra.
O meu ódio de estimação
Pessoas que conduzem sempre pela faixa exterior da rotunda independentemente da saída que vão tomar.
A ficha técnica do IMTT, Circulação em Rotundas, prevê que se se pretender sair na 1ª saída ou na 2ª (numa rotunda pequena) deve aproximar-se e entrar pela via da direita; se, por outro lado, pretende circular mais de metade da rotunda então deve entrar pela via da esquerda.
O carro verde! É aqui que eu me chateio com a regra recentemente alterada. Eu aprendi que, e faz todo o sentido no que respeita a fazer fluir o trânsito, a primeira entrada é sempre para a primeira saída, as entradas restantes para as restantes saídas. E porquê? Porque assim evita-se o conflito entre os carros verdes A e B.
Na rotunda, siga em frente!
A turbo-rotunda é original da Holanda, apareceu por lá em 1996, e de um modo simples é isto:
Mas na verdade, é mais isto:
Coimbra será a primeira cidade portuguesa a receber esta turbo-rotunda que vai permitir, dizem, um aumento considerável da sua capacidade em fluir trânsito, segurança rodoviária e conforto. O que isto traz de novo? A existência de circuitos pré-delimitados que evitam pontos de conflito dentro da rotunda. Ou seja, escolhe-se atempadamente a saída a tomar sem fazer qualquer mudança de direcção dentro da rotunda.
A infografia – vejam
Espero que surjam mais destas rotunda-orientadoras, porque apesar de parecerem complicadas simplificam muito a condução e evitam acidentes (desnecessários) dentro das rotundas.